segunda-feira, 19 de setembro de 2011

#60

Oração:
Oh Jack, meu Deus. Nunca deixe que eu seja feliz. Não será difícil.
Faça de mim a essência de sua destruição lenta e lancinante.
Faça de mim todo o ódio presente na fúria.
Me destrua para que sempre mais forte ainda eu me reconstrua.
O corpo é do diabo Jack, mas a alma é sua.

sábado, 10 de setembro de 2011

#59 - FRAGMENTO - Enfim, Meu. -Enfim, não faço parte dele mas ele faz de mim -

Noite alta, e como sempre o único moreno que me dá a certeza de lealdade me faz companhia e leva minha insônia ao remate, o Café. Antes fosse mais uma madrugada daquelas onde eu sento em frente ao computador e escrevo sonhos sobre pessoas inalcançáveis. Abriria os olhos e lá estaria minha realidade preta e branca embalada ao som de folkrock, cheiro de bebida -like a rockstar, livros e filmes que ninguém mais leu ou viu.
É, mas acontece que você está aqui. Não comigo, pelo menos ainda.
Mas está.
Perto.
Zé Ramalho explica o estado em que você me deixa num simples verso de Chão de Giz: “Há meros devaneios tolos a me torturar” Como não. Com sua sutileza demasiada, mãos pesadas e ao mesmo tempo totalmente suaves como seu coração. Tão leve, como o vento de uma manhã lenta e longe de qualquer tipo de caos. Só o que ele mesmo causa. Olha-lo me remete a pensar primeiramente em seus olhos, tão verdes quanto a minha esperança de estar em seus braços fortes como a intensidade da minha respiração perto dele. Seria injusto se eu definisse algo que me excite mais nele, mas com certeza o misto entre a inocência presente abaixo de seus olhos e sua natureza masculina extremamente marcante como seu perfume contribui de uma maneira bem forte. Forte é uma palavra que não pode fugir em nenhum momento de sua descrição. É uma de suas qualidades mais nobres e o que me faz fantasiar sobre ele o tempo todo. A força de seu corpo juntando o meu num lugar proibido, suas mãos me delineando com o cuidado e a inspiração de um artista pincelando uma tela em estilo abstrato. Eu de costas pra ele, mesmo assim seus braços me envolvem como chamas de um incêndio num lugar sem saída de emergência, mas quem brinca com fogo quer mesmo é se queimar. Minha mão desliza no intervalo entre seu abdômen e seu sexo já tão rochoso quanto eu quisera que meu coração fosse para não ter que me decepcionar sempre com a linha tênue entre expectativa e realidade. Devagar, ele me virou de frente pra ele, a gente se olhou sem dúvidas de que era exatamente aquilo que queríamos e nada seria capaz de nos interromper, e além de mútuo era, como ele mesmo gosta de dizer: “Intrínseco”. Havia QUÍMICA. Trocadilhando e não também.
O lugar “proibido” era só uma escapada dele no trabalho. O que dava sentido intenso a palavra nem era o lugar em si, mas o movimento frenético que causava uma adrenalina ainda mais arrebatadora. Puxou-me com força pelos ombros, e sussurrou palavras quase inaudíveis (ou eu estava tão extasiada com o momento que não consegui compreendê-las? Não importa, era excitante do mesmo jeito). Não havia tempo sobrando e nem era o lugar perfeito para o fetiche clichê de arrancar roupas de assalto e lembrar depois que saindo dali você ainda teria que usá-las. Beijou-me, quando seus lábios tocaram os meus parecia que era a faísca necessária pra incendiar o resto do corpo, como aconteceu. Enquanto ele me beijava, tirava minha blusa e minhas mãos seguiam o caminho para abrir o zíper de sua calça. Esses momentos servem para que a gente reflita: COMO ESSES FECHOS SÃO DESNECESSÁRIOS! Ia ser muito mais fácil se vivêssemos todos nus, essa é a verdade. Apesar de que roupas influenciam altamente na libido, mas agora não é hora para estudos científico-sexuais. Ajoelhei-me em sua frente, e não poderia entender aquilo como outra coisa a não ser um presente, acariciei, beijei, lambi, chupei e aproveitei-me de todas as maneiras possíveis daquele membro, sem o menor pudor. Melhor que essa sensação, só o gosto do seu sêmen morninho que me preencheu a boca inteira. Ele descobriu meu ponto fraco para a submissão, levantou-me, puxando-me os cabelos, a partir daquele momento ele me teve por inteira e tinha todo controle sobre mim. Empurrou-me, com dureza contra a parede, deixando-me novamente de costas pra ele, puxou-me pelas ancas, deixou-me inclinada e dizer que ele tirou minha calça seria gentil, ele arrancou com a ânsia de quem queria mostrar que era meu dono ali. Macho Alpha. Invadiu-me. Sem cerimônia. Sabia como me enlouquecer como se nunca tivesse saído dali. Enquanto ele marcava seu território, me puxava os cabelos, e o que me fazia perder ainda mais a razão. E cada vez, cada vez que ele fazia morada mais profunda em mim eu sentia não só o prazer de seu corpo explorando o meu, mas sentia que começava ali algo que dificilmente sairia de mim com facilidade. Ele me inflamava não só o corpo, mas também o ego. Todo prazer era dobrado, como uma droga. Eu já não conseguia nem pensar se eu ia querer me libertar da embriaguez que ele me causava. Eu não queria pensar, ou eu não ia querer. Ele me jogou no chão, de mãos pesadas, de sorriso leve. Sentou e me colocou em seu colo, guiava-me pela cintura como se minhas costelas não existissem. Hora apressadamente, hora vagarosamente até que me tirasse de cima de seu sexo pelos cabelos e me jogasse novamente contra a parede para ejacular novamente em minha boca o sentido pelo qual estávamos ali. Mal percebi que aquele conto de fadas havia acabado enquanto ele já estava recomposto, levantou-me e deu minha blusa na mão, vesti. Me olhou com aqueles olhos verdes de delicadeza, carência e paixão inesgotáveis e que no fundo me maltratavam mais que todo sofrimento que já havia me dilacerado de corpo e alma. Eu sempre soube que aqueles olhos não poderiam ser meus. Eram inexpugnáveis. Eu nunca os venceria.
Ele me olhou e disse: Seu único problema com literatura é estar condicionada a ler acreditando que a resposta pra tudo está nas entrelinhas, e se esquecendo de prestar atenção no que está em negrito bem na frente dos seus olhos.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

#58

Dás páginas de Shakespeare
Nada mais tem graça sem o seu perfume.
Sedutor.
Uma de suas características mais marcantes.
Seu sorriso jocoso, ou o verde dos mais belos olhos.
Difícil dizer o que me deixa mais chamejante.
Difícil dizer o que não me encanta em você.
Coração de menino.
Meigo, bruto.
Essência que não me deixa esquecê-lo nem por um minuto.
Já começa por seu nome, romântico por natureza.
Romeu, dás páginas de Shakespeare.
Quem dera eu pudesse ser sua Julieta.