domingo, 17 de abril de 2011

#38

Prevaleço
Sem querer minha voz é mais alta.
Mesmo que eu não diga coisas sensatas.
Prevaleço
Sem querer meu olhar é mais fixo.
Mesmo que eles carreguem um abismo.
Prevaleço
Sem querer meus cabelos tem mais balanço.
Mesmo que não causem o mesmo encanto.
Prevaleço
Sem querer sou mais objetiva.
Prevaleço só se for na mentira.
Você sempre prevalecerá, enquanto eu estiver viva.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

#37

La lumière du sourire / Amanhece-me (
Roosevelt)
A luz do seu sorriso não tem comparação.
Nem o brilho das estrelas, nem o luar do sertão.
Nada disso chega perto em esplendor ou perfeição.
A luz do seu sorriso com a luz do sol rivaliza,
Uma tão lucipotente quanto a outra brigando pra ver quem é que vai resplandecer a aurora do dia.
Eu poderia, usar todas as palavras, as mais bonitas.
Eu poderia, dizer que a luz do seu sorriso pode ser descrita numa simples poesia.
Eu poderia, tentar exprimir em palavras a catarse que a luz do seu sorriso causa.
Eu poderia, mas não seria mais que injustiça.
Escrever nunca faria jus como estar perto quando você sorri e ser irradiada por essa luz.
#36

Sangue Latino / Caliente (Verônica)
O que tem em teu andar, cativa olhares a cada passo no compasso de seu balançar.
O que tem em tua pele, macia que causa frisson em somente tocar.
O que tem em teu sangue, mistura de povos calientes que intensifica ainda mais seu jeito latino-americano que exala como perfume e se propaga pelo ar.
O que tem em seu cabelo, sempre preso, solte-o e no ritmo da sua graciosidade deixe-o sambar.
O que há em sua alma, em sua alma eu sei o que há
Há a essência de seu ser, beleza de viver, intrínseca de amar.
#35

Inverno (Rodrigo)
Do alto de onde ele sempre esteve era proibido enxergar além do que eu podia ver.
Eis que um dia em contrariedade ao meu pensamento gélido em relação a sua postura de seriedade, por assim dizer, transbordou seu encanto por entre a doçura de seus devotados olhos castanhos e a maciez de suas palavras quase insonoras.
E mesmo que parecesse injusto não multiplicar meus sentidos e dedicá-los ao seu magnetismo, ainda assim seria inverdadeiro que eu manteria a minha concentração em algo que não fossem seus vivazes e naturais cabelos escuros, tão intensos como o contraste entre eles e sua pele alva como neve num frio poético.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

#34

Rue de Berne
A rua me chama de acordo com a lua
A lua me guia até sua rua
Alma já desgastada me impede qualquer pensamento
Desde cedo perdida onde nem lembro
O desejo promíscuo sustenta meu corpo
Desde a última embriaguez ainda sinto seu gosto
Mais uma vez estou aqui como fumaça de cigarro impregnada
Como sempre você me recebe com teu seio exposto
Conversa com os olhos, enquanto a boca não diz nada
E sempre surpreende contrariando
Satisfazendo muito além do que lhe foi imposto
Imposto para o inferno que, sem alma, sempre estarei disposto a pagar antes do amanhecer
Antes que a dor de cabeça da “sanidade” desfibrile minha alma e me traga de volta para o devaneio da realidade

segunda-feira, 4 de abril de 2011

#33

Kostchak
A vida, a verve
O verde dos olhos que vejo no fundo do copo
Pouco mais que alguma doses e já não sinto mais o corpo
Nem o mel, que não tem mais gosto sem o seu
Nem o céu, calor do sol que não aquece mais o meu
Copo vazio, cheio de pranto ébrio
Recomeço de onde parei
Parei num tropeço, amor eu repenso e termino de onde comecei.